Uma das razões que mais me cativa ao conhecer jogos indie  é como muitas vezes eles conseguem, com extrema simplicidade, te engajar em uma narrativa e gameplay envolventes. Enquanto a maioria dos games atuais apostam em gráficos de última geração, cenas intensas de ação e centenas de horas de conteúdo, os indie games provam que muitas vezes o famoso “simples-bem-feito”, com aquela pitada a mais de carinho, já é mais do que o suficiente para criar um jogo inesquecível. E, basicamente, o próprio gameplay e narrativa foram os grandes responsáveis por eu ter me apegado intensamente a algumas formas geométricas coloridas quando conheci o jogo indie do post de hoje em 2013, ano em que o joguei pela primeira vez.

Thomas Was Alone – desenvolvido e lançado pela Bithell Games em 2012 – é um jogo de plataforma 2D, com elementos de puzzle, onde você vai assumir o papel de Thomas: uma Inteligência Artificial muito mais simpática do que o ChatGPT e representada no jogo por um retângulo avermelhado – que dentre muitas outras características que serão descobertas ao longo da sua aventura, é um expert na arte de pular.

Então, personificando aqui o personagem principal dessa obra prima, eu faço um convite para que você dê um pulinho no texto aqui embaixo e deixe que eu lhe conte um pouco mais a fundo sobre os motivos pelos quais você deveria jogar Thomas Was Alone.

Thomas was Alone – Bithell Games

Uma história sobre conexão

A primeira fase da sua aventura em Thomas Was Alone já vai te ensinar praticamente tudo o que você precisa saber para conseguir lidar com todos os desafios do jogo. Em um cenário minimalista, você deve controlar Thomas, seja andando ou pulando, para levá-lo até a saída do cenário – que é sempre representada por uma silhueta branca no formato do seu personagem. Essa premissa será repetida em todas as outras fases do jogo, mas com alguns twists 🙂

Além de ser um ótimo tutorial do gameplay simples do jogo, aqui também será sua primeira interação com o narrador, que ao longo de cada nova fase em Thomas Was Alone vai contando um pouquinho da história por trás da aventura. Isso acaba dando um contexto para tudo o que está acontecendo e, de forma brilhante, faz com que você passe a enxergar aquele retângulo vermelho de uma forma totalmente diferente conforme você vai descobrindo mais sobre ele. A narração é de fato um dos pontos altos do jogo.

Novos personagens, novos desafios.

E claro, ainda falta um elemento muito importante para completar a fórmula mágica que faz com que Thomas Was Alone seja um dos meus indie games favoritos: a interação com os outros personagens. Afinal, assim como o título indica, o pequeno Thomas não necessariamente terá que encarar essa aventura sozinho. Ao longo das diversas fases, novos personagens serão apresentados (e sim, todos também são formas geométricas coloridas) e suas histórias vão se intercalando com as do personagem principal e fazendo com que você se apaixone (ou o contrário) por cada um deles.

Cada um desses novos bloquinhos que você vai conhecer é um personagem totalmente diferente – ou seja, possuem formas, cores, personalidades e estilo de pulo únicos. Por exemplo: John – o retângulo amarelo comprido – é um ser orgulhoso e individualista, que possui o pulo mais alto de todos, enquanto Claire – o grande quadrado azul – se importa muito com os outros e, apesar de não pular alto, pode carregar diversas formas em suas costas enquanto se movimenta. E é nessa grande mistura de habilidades que a genialidade de Thomas Was Alone aparece, afinal, todas as peças devem sempre chegar juntas na saída de cada uma das fases.

A cada fase, um novo obstáculo

Além do gameplay simples e cativante – de levar esses personagens adiante na história ao combinar suas habilidades fase após fase -, Thomas Was Alone é um daqueles jogos que se destaca por uma trilha sonora poderosa, que vai ajudar a ditar o momento da história que você se encontra e casa perfeitamente com toda a ambientação do jogo. Esse indie game é um que eu recomendo fortemente que seja jogado com um belo fone de ouvido, porque com certeza você vai entrar em um estado de flow ao se deixar levar por tudo que o jogo oferece.

A história que será contada pelo narrador vai colocar todos os personagens do jogo em uma aventura para tentar se libertar do ambiente tecnológico onde elas estão presas pelos seus criadores (afinal todas são inteligências artificiais, assim como nosso pequeno Thomas). Aliás, apesar do jogo ter sido lançado há mais de 10 anos, a temática mostra que ele nunca foi tão atual como agora –  com certeza você vai se surpreender constantemente com a forma como isso será contado.

Por fim, quero destacar um último ponto em Thomas Was Alone: sua genialidade em te fazer olhar e perceber os personagens. Explico: se a primeira vista todos são apenas quadrados e retângulos, ao fim da narrativa eu tenho certeza que você estará olhando para eles e reconhecendo todos os Johns, Claires e Thomas da sua vida (e os muitos outros personagens que vou evitar dar spoilers), além de se cativar totalmente por aqueles que mais se identificarem com você e aqueles que você ama na vida. É realmente um dos fatores mais geniais dessa obra prima e que raramente um jogo conseguiu executar tão bem.

Agora é com você! Curta a experiência ao máximo e aguardo você aqui de volta para deixar sua opinião nos comentários após jogar Thomas Was Alone😊​

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Thomas Was Alone reacendeu a sua vontade de curtir mais clássicos jogos de plataforma em 2D? Então confira um pouco sobre Dandara ou Celeste para experiências um pouco mais desafiadoras. Ou, se você for mais fã de jogos de plataforma em 3D, dê uma olhada em A Hat in Time ou no peculiar Snake Pass, dois indie games vão acender em você aquela nostalgia de quando esse estilo de jogo reinava no Nintendo 64 🙂

Um comentário em “Thomas Was Alone

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