Alguma vez você já se deparou com uma daquelas intrigantes histórias de mistério em um livro e pensou: “Nossa, se eu estivesse lá com certeza já teria deduzido tudo”? Ou mesmo assistiu a um daqueles famosos filmes de terror e teve a certeza muito antes dos créditos rolarem de quem, de fato, era o assassino que corria solto? Bom, se você respondeu sim para uma dessas perguntas, então o indie game de hoje é perfeito para colocar sua teoria em prática.
Return of the Obra Dinn é um jogo independente criado por Lucas Pope – um famoso desenvolvedor de jogos bem peculiares -, e que sinceramente me criou um problema sério na hora de definir como categorizá-lo. Meu melhor chute seria dizer que o jogo é um puzzle game misturado com o gênero de aventura, mas esse é um que você terá que ler um pouco mais a fundo para entender de fato sobre o que se trata… 🙂
Por isso, para chegar ao fundo do mistério, que tal embarcar comigo (literalmente) e entender o porque Return of the Obra Dinn se tornou rapidamente um dos meus indie games favoritos de todos os tempos? Todos a bordo!

Uma viagem amaldiçoada
O Obra Dinn era um magnífico navio inglês que saiu do porto de Londres em 1802, carregando uma enorme tripulação e toneladas de mercadoria para serem trocadas, em direção ao Oriente Médio. Porém, seis meses após sua saída, o navio foi declarado perdido no mar por nunca ter chegado até o seu destino final. Agora, em 1807, o navio reapareceu misteriosamente nas águas inglesas.

É dentro desse peculiar contexto que você, aqui fazendo o papel de um funcionário da Companhia Britânica das Índias Orientais, deve embarcar no navio. E o seu objetivo é entender exatamente o que aconteceu durante a terrível viagem, que supostamente foi o fim da embarcação, além de catalogar o destino de TODOS os membros da tripulação.

Bom, para chegar ao fundo desse mistério em Return of the Obra Dinn você vai ter duas “armas” para te ajudar. A primeira delas é um livro contendo valiosos documentos como ilustrações que mostram todos os tripulantes, registros dos nomes, cargos e nacionalidades de cada um, além de outras informações sobre o navio e diversas páginas cronologicamente organizadas, mas em branco – que só serão preenchidas conforme sua aventura avança. O outro item é o que faz o jogo começar a ficar extremamente interessante: um relógio de bolso que permite que você viaje no tempo até o momento exato da morte de alguém.
Basicamente isso é tudo que você vai ter de informação no começo de Return of the Obra Dinn para começar o seu árduo trabalho de andar pelo navio e entender a bizarra viagem pela qual o navio passou. Além disso, cabe a você identificar os 60 passageiros, confirmar a causa de sua morte e quem foi o responsável por isso acontecer. Mas calma lá, porque o jogo não é assim tão fácil quanto parece…

Quem é você?
Se ligar os pontos desse mistério estava começando a parecer trivial, afinal, você tem fotos de cada um e consegue ver o que houve na hora de sua morte, pode ter certeza que isso não poderia estar mais longe da verdade. Tudo em Return of the Obra Dinn é extremamente subjetivo: você até tem ilustrações de todos os membros do navio, porém isso não te dá nenhuma informação concreta, apenas nuances que você pode tentar deduzir como um bom observador. Isto inclui rostos, trajes, nacionalidades, proximidades com outros tripulantes, etc…

Além desse fator relevante, o seu relógio mágico de bolso funciona apenas se você de fato encontrar o corpo da pessoa que morreu. Só assim é possível dar um pulinho no passado e entender como ela veio a falecer. Ou seja, não espere subir a bordo do Obra Dinn e encontrar todos eles esperando por você. Alguns destinos terão de ser 100% deduzidos de outras formas, e é aqui que você vai precisar mesmo usar a cabeça (e possivelmente um caderno de anotações ao seu lado para te ajudar).

Por fim, o toque de mestre de Return of the Obra Dinn é justamente a mecânica de confirmar se você está de fato indo pelo caminho certo ou não. Afinal, o que me impede de sair chutando o assassino como um louco se eu já sei como um tripulante faleceu e seu nome? Bom, pra impedir que isso aconteça, o jogo só confirma se você de fato cravou o destino de alguém corretamente a cada três pessoas que você acerta completamente. Ou seja, muitas vezes você vai ficar desesperado de terminar de preencher um tripulante que você tem certeza de todas as informações e não receber a satisfatória mensagem de “Well done”, mas eu garanto que quando isso acontece após uma dedução brilhante da sua parte, vai te gerar uma satisfação nunca antes vista em um jogo indie.
Return of the Obra Dinn é um daqueles jogos despretensiosos que vai ficar por um bom tempo na sua cabeça. Todo o ar misterioso do jogo, que só fica melhor quando somado aos gráficos diferentes e trilha sonora impactante dessa experiência, vão te deixar completamente imerso nesse jogo indie (fazendo até com que você até acorde no meio da noite com a certeza de que aquele maldito marujo deve chamar Paul, ou algo assim…).
Se você também curte quando os indie games trazem algo completamente diferente do que estamos acostumados nos jogos de hoje em dia, basicamente criando um novo gênero nesse caso, eu recomendo absolutamente que você faça essa jornada pelo passado, vista seu melhor chapéu de detetive e conheça o incrível mundo de Return of the Obra Dinn.
Adquira Return of the Obra Dinn:
- Nintendo Switch: https://bit.ly/ObraDinn_eShop_QG
- PS Store: https://bit.ly/ObraDinn_PS_QG
- Xbox Live: https://bit.ly/ObraDinn_Xbox_QG
- Steam: https://bit.ly/ObraDinn_Steam_QG
Caso você ainda queira seguir na sua carreira de detetive por mais um tempinho, que tal curtir o hilário jogo Point n’ Click, Thimbleweed Park? Ou, se quiser um jogo com foco maior em interações sociais, clima mais leve, bons diálogos e bem menos cadáveres, confira tudo que você precisa saber sobre Coffee Talk.

A ideia do jogo é sensacional!
CurtirCurtir
Acabei de começar o jogo e já me cativou bastante, um jogão!
CurtirCurtir