Little Nightmares

O gênero dos jogos de terror e suspense sempre me intrigou bastante. Desde a década de 90, em que ocorreu o lançamento de alguns exemplos notórios como Resident Evil 1 e Silent Hill, para o Playstation, esse estilo de game vem se popularizando cada vez mais e atraindo jogadores para se aventurar por suas tensas narrativas e sufocantes cenários.

E apesar de boa parte deles oferecerem um gameplay inovador, mecânicas divertidas e histórias bem construídas, o ponto que sempre acaba me atraindo quando vejo uma nova experiência do gênero é a estética. E foi exatamente por esse motivo que decidi experimentar Little Nightmares, um jogo indie lançado em 2017 pelo Tarsier Studios, que mistura elementos de aventura e plataforma com a temática do terror.

Então, se você se interessa por jogos com atmosferas assustadoras, histórias que se desenrolam de forma misteriosa e pela sensação de se sentir indefeso, venha comigo descobrir boas razões pelas quais você deve experimentar Little Nightmares.

Cercado de mistérios

Little Nightmares começa de forma abrupta e sem nenhuma explicação. Você controla Six, uma misteriosa figura que esconde seu rosto com uma capa de chuva amarela e que acorda em uma escura sala dentro de uma mala. A partir daí, você já é jogada direto na aventura.

Ao começar a tomar controle da personagem você identifica que seus movimentos são bem limitados. Você pode correr, agachar e segurar objetos… e é só. A única coisa com a qual você está “armada” é um isqueiro que permite que você ilumine parcialmente as claustrofóbicas salas desse lugar. Ou seja, em Little Nightmares, não existe nenhuma forma de se defender contra os perigos a sua volta.

E sabendo disso, você avança na jornada tentando descobrir cada vez mais sobre o lugar em que você está –  explorando de sala em sala sem nunca saber o que te espera pela frente. Inclusive, o design dos ambientes em Little Nightmares é um dos pontos altos do jogo, transformando cada tela em um “quebra-cabeças” que você deve resolver antes de seguir adiante.

A arte de causar medo

Agora preciso mencionar o maior diferencial de Little Nightmares e a razão que me fez querer sair da minha zona de conforto (costumo ser bem medroso quando se trata desse gênero) para encarar a aventura: a direção de arte criada para essa obra.

A estética e textura dos personagens, a câmera que captura tudo de uma forma que te lembra a todo momento o quanto você é insignificante nesse mundo, e o incrível design grotesco das criaturas do jogo são elementos que quando combinados fazem você se sentir dentro de um filme dirigido por Tim Burton ou Guillermo Del Toro.

Outro destaque é o design de som, que ajuda a construir a ansiedade que você vai sentir ao estar a poucos centímetros de criaturas que estão loucas para te encontrar ou até mesmo naquelas situações de “calma”, nas quais qualquer pequeno barulho pode te deixar tenso.

Little Nightmares também sabe muito bem combinar com precisão os momentos de medo e ansiedade, fazendo você se esgueirar lentamente ao redor de monstros ou testando seus reflexos para conseguir escapar de mortes desagradáveis… 

E saiba, não faltam situações para deixar seu coração batendo mais rápido. A narrativa de Little Nightmares é dividida em capítulos, e cada um deles vai colocar algum tipo de criatura assustadora em uma perseguição implacável atrás de você. Boa sorte. 🙂

Sempre uma nova forma de morrer

Durante a sua aventura em Little Nightmares, existe uma alta chance de que você vá acabar tendo um encontro com a morte e, pra ser sincero, provavelmente isso vai acontecer muitas e muitas vezes…

Mas tudo bem, essa mecânica faz parte da natureza de Little Nightmares, que não oferece nenhum tipo de assistência ou dica para ajudar você em relação a qual deve ser seu próximo passo. Com isso, o jogo muitas vezes acaba virando uma questão de tentativa e erro, onde você vai experimentando diferentes formas de avançar. As vezes é preciso se esconder, outras você deve correr e em alguns cenários é necessário criar soluções engenhosas com o ambiente a sua volta para escapar do perigo.

Outro ponto importante é que não existe punição por morrer. Ser capturado por um monstro ou cair em um poço sem fim apenas leva você de volta ao último checkpoint da aventura, mas devo alertar que esse foi o único aspecto que me deixou levemente frustrado com Little Nightmares.

O loading entre cada morte pode levar cerca de 10 segundos, o que não parece muito, mas garanto que após 5 ou 6 mortes no mesmo lugar acaba ficando um pouco cansativo, até porque alguns checkpoints não são tão generosos e vão fazer repetir tarefas simples antes de tentar novamente a parte na qual você morreu.

Little Nightmares é uma ótima experiência para alguém que goste de um game um pouco mais tenso, com uma daquelas histórias que são contadas através de detalhes no mapa e vão precisar de todo seu poder de interpretação para ser compreendida. E apesar de ser classificado como um jogo de terror, acredito que qualquer um pode apreciar essa aventura e resolver esse mistério sem perder muitas noites de sono.

E para quem curtir Little Nightmares, o jogo recebeu um DLC pós lançamento que conta a história de um segundo personagem que também se encontra preso nesse tenebroso lugar. Além disso, o Tarsier Studios já anunciou que está trabalhando no desenvolvimento de Little Nightmares 2.

E aí, já tomou coragem pra explorar essas escuras e nada convidativas salas? Então respire fundo e aceite o desafio de jogar Little Nightmares! A tensão vai valer a pena. 😉

Adquira Little Nightmares:

• Steam: http://bit.ly/2nHevOR
• Nintendo eShop: http://bit.ly/2n9BYYv
• Playstation Store: http://bit.ly/2nHfO0d
• Xbox Live: http://bit.ly/2lu93hp

E se depois de Little Nightmares você quiser outros dois belos exemplos de jogos que constroem atmosferas tensas mas que despertam a sua vontade de explorar, dê uma olhada em Salt & Sanctuary ou Hollow Knight.