Um dos aspectos mais cativantes que os games podem nos oferecer – e algo extremamente particular que outros formatos de mídia não conseguem replicar -, é a oportunidade de desbravar e interagir com seus mundos cativantes e repletos de elementos construídos para chamar sua atenção e, claro, te divertir no processo. Muitos jogos lutam para atrair o público com seus mundos abertos para exploração, mas o jogo indie de hoje dá um passinho além, oferecendo uma verdadeira galáxia aberta inteira para ser navegada…

Outer Wilds, desenvolvido pela Mobius Games e publicado pela Annapurna Interactive, é um jogo de aventura em 3D. Com visão em primeira pessoa, ele te coloca no papel de um piloto espacial e te dá toda a liberdade do universo (literalmente) para explorar uma galáxia de conteúdo, na ordem e como você bem entender. Mas, claro, existem algumas coisinhas para serem descobertas pelo caminho – a forma mais rápida de navegar até cada planeta ou o levemente preocupante fato de que a galáxia é completamente destruída e resetada a cada 22 minutos. Peraí, que?

Sim, é isso mesmo que você leu. E se, assim como eu, esse mistério te intrigou o suficiente para querer embarcar nessa jornada pelo espaço e descobrir todos os segredos que o universo desse brilhante jogo indie tem a esconder, deixa que eu te contar mais algumas coisinhas sobre Outer Wilds 🚀​

Outer Wilds – Mobius Games

Autorização para decolar

Sua jornada começa no simpático planeta de Timber Hearth, onde você, um alienígena local e mais novo piloto da expedição Outer Wilds Ventures – focada em desbravar o espaço – é finalmente introduzido ao grande dia de fazer sua primeira decolagem. E é assim que você acorda em seu simpático acampamento: podendo dar uma volta pelo seu planeta para aprender um pouco dos comandos e elementos do jogo (que eu sugiro que você preste bastante atenção), além de pegar os códigos de lançamento da sua nave para finalmente começar de fato a sua jornada.

E quando isso acontecer, devo dizer que a primeira decolagem em Outer Wilds é um daqueles momentos marcantes que só os games conseguem oferecer. Tenho certeza que essa etapa vai te deixar com um sorriso no rosto e levemente intimidado pela grandeza que o universo oferece para você explorar sem restrições. E sim, muito potencialmente isso será seguido por um momento menos legal onde você vai estatelar sua nave de frente em alta velocidade em um rochedo, mas conforme você vai testando e observando os movimentos, os controles passam a ficar mais intuitivos, eu prometo.

Decifrando os mistérios da galáxia

Ok, ok, agora que você está de fato com sua nave, o que fazer? Bom, o propósito dessa expedição é entender um pouco mais sobre o universo em questão por meio de vestígios deixados por uma antiga civilização – os Nomai – que deixaram relíquias e monumentos por basicamente todos os lugares que você consegue avistar a sua volta. E você terá algumas ferramentas em mãos desde o começo do jogo para ir explorando e aprendendo. Cada nova descoberta que você faz na galáxia é registrada em sua nave para que você tenha tudo de forma organizada, e essa é basicamente a forma que você vai “avançando na história” durante a sua aventura. E admito que inicialmente isso pode até parecer levemente monótono, mas a partir do momento que você passa a cruzar suas descobertas e colocá-las em prática, é fácil se deixar levar e ficar levemente obcecado.

E todo esse formato de gameplay parece incrivelmente relaxante, até que você vê pela primeira vez, após 22 minutos no espaço, o sol se tornando uma supernova, entrando em combustão e apagando a galáxia completa em uma explosão assustadora… e é assim que você acorda em seu simpático acampamento, absolutamente traumatizado pelo que acabou de acontecer e sendo o único com a memória intacta do ocorrido. E esse é o loop temporal de Outer Wilds 🙂

Cada planeta guarda segredos

Uma explosão de conhecimento

Bom, após essa experiência intensa, talvez valha acrescentar mais um ponto na sua lista de objetivos: entender a razão por trás do fim do universo e porque você está preso nele. Mas fique tranquilo, o gameplay relaxante de exploração pode continuar sem problemas, agora sabendo que toda a informação que você coleta é guardada com você, independente do que aconteça.

E é através da vivência desses dias dentro do universo, explorando os planetas que você consegue enxergar (e alguns outros corpos celestes que são mais esquisitinhos, mas sem spoilers), que você deve ir juntando os mistérios espalhados pela galáxia e conectando essa informação para – de explosão em explosão – estar cada vez mais perto de solucionar os maiores mistérios de Outer Wilds. Afinal, navegar pelos planetas vai exigir sim que você use muito a cabeça.

Uma coisa que eu questionei bastante durante minha aventura foi se em algum momento eu de fato pegaria algum equipamento diferente ou habilidade do que me é fornecido no começo do jogo. Até que eu entendi que todo “novo equipamento” em Outer Wilds vem em forma de informação. E com os diferentes conhecimentos da galáxia eu conseguia avançar em minhas incessantes pesquisas, por diferentes regiões e planetas, gerando uma quantidade absurda de momentos de “eureka” extremamente satisfatórios. E é isso que faz do jogo uma obra prima.

Outer Wilds é uma daquelas experiências fora da caixa que só os jogos indie conseguem entregar tão bem. E para completar o pacote, todo esse universo ainda é recheado com uma trilha sonora leve e agradável que ajuda a ditar o tom da sua aventura e te fazer cada vez mais querer se perder um pouquinho mais longe nessa galáxia.

Em uma mistura ousada de elementos que carregam aspectos científicos reais por trás da exploração espacial, com uma leveza agradável digna de um filme como Groundhog Day, Outer Wilds entrou para minha seleta lista de indie games que vou guardar com carinho para sempre a primeira oportunidade que tive de vivenciar toda essa experiência.

E para incitar os mais curiosos: Sim, o final do jogo é bem impactante e inesquecível 🤯​

Se a sensação de explorar o espaço é algo que naturalmente te anima, Outer Wilds é uma jornada que você precisa experimentar. Então fica aqui o convite para que você também faça parte da Outer Wilds Ventures e embarque nessa jornada com a gente. Te vejo no espaço!

Adquira Outer Wilds

Se descobrir os maiores mistérios da galáxia em Outer Wilds te deixaram com vontade de conhecer mais jogos indie que vão exigir que você use a cabeça, dê uma olhada em Return of the Obra Dinn ou Chants of Sennaar. E caso você queira conhecer outros indie games que brincam com loops temporais de forma criativa, confira Minit ou Into the Breach.

Um agradecimento mais do que especial a um pequeno grande amigo meu – e crítico ferrenho do Quest Giver -, André Atassio, responsável por me apresentar o incrível universo de Outer Wilds. Obrigado pela dica. Você é épico, bro 🙂

2 comentários em “Outer Wilds

Deixe um comentário