Atualmente, os indie games são extremamente importantes para ajudar a construir o portfólio de qualquer grande console. Isso faz com que a Nintendo, Sony ou Microsoft dediquem boa parte de suas conferências e apresentações para mencionar quais serão os próximos jogos de pequenos estúdios a serem lançados nas plataformas.

Isso, porém, nem sempre foi dessa forma. Os indie games tiveram que conquistar esse espaço aos poucos, o que só ocorreu devido a alguns títulos incríveis que começaram a surgir por volta do ano de 2010. Títulos como Braid, Castle Crashers e Limbo chamaram a atenção da grande mídia e dos fãs devido ao padrão de qualidade e diversão que esses jogos entregavam, mesmo vindo normalmente de pequenos estúdios com verbas e recursos que passavam longe de se comparar com os grandes desenvolvedores e o seus lançamentos AAA.

Um desses jogos foi Bastion, um RPG de ação desenvolvido por um dos meus estúdios favoritos: a Supergiant Games. Apesar de ter sido lançado originalmente em 2011 no Steam e no Xbox Live Arcade, o jogo teve um ressurgimento em 2019 devido a sua aparição no Nintendo Switch, e fiz questão de curtir essa experiência mais uma vez para saber se ele ainda mantém toda sua qualidade mesmo após alguns anos. Para surpresa de ninguém, a resposta foi sim. 🙂

Bastion – Supergiant Games

Um mundo despedaçado

A história de Bastion começa em um momento onde muita coisa já aconteceu sem que você pudesse fazer nada. O mundo inteiro foi varrido por uma catástrofe natural conhecida como “A Calamidade” que, além de fraturá-lo em pedaços, acabou com toda a vida humana existente. É nesse contexto que você assume o controle do protagonista, um silencioso menino conhecido apenas como “The Kid”.

Todo esse contexto é explicado para você através da brilhante narração do jogo, que sinceramente é um dos melhores aspectos de Bastion. O narrador é praticamente um companheiro pra você durante a jornada, e vai comentar a cada ação ou decisão que você tome pelo caminho. Inclusive, ele é uma parte essencial da história e em breve você entenderá o porque.

Além da narração, dois outros aspectos chamam atenção logo de cara: a incrível direção de arte do jogo, que faz parecer com que cada cenário seja uma pintura elaborada e cheia de cores, e o fato de que o mapa vai literalmente se reconstruindo sob seus pés conforme você anda sobre ele.
Essa mecânica é explorada muito bem, dando um aspecto de linearidade para o jogo sem abrir mão te dar opções diferentes para investigar, ação que quase sempre lhe trará recompensas.

Bem vindo ao Bastion

Reconstrução

Depois de finalizar o breve tutorial e entender um pouco sobre o combate do jogo, você chegará ao seu destino principal, o Bastion: uma estrutura construída como um último recurso da humanidade para tentar reverter o mal causado pela “Calamidade”. E é aqui que você vai encontrar o primeiro rosto amigo nessa aventura, Rucks, criador do Bastion e responsável por narrar todos os seus passos até aqui.

O Bastion funciona como um hub central do jogo. Esse lugar é onde você poderá aprimorar seus equipamentos, selecionar quais bônus passivos você prefere, escolher com quais armas você vai encarar a próxima missão, completar sidequests que vão te recompensar, ou simplesmente bater um papo sobre a história do mundo com Rucks. E sempre que uma missão acabar, você automaticamente voltará ao Bastion.

Mas para que você possa explorar todas as atividades citadas acimai, será preciso recuperar essa estrutura que também foi abalada pela “Calamidade”. Para isso, você deve encontrar cristais especiais em sua jornada que vão abastecer o Bastion e permitir que você construa uma estrutura, como o arsenal de armas ou a taverna que contém seus bônus passivos, fazendo com que esse lugar lentamente volte ao seus dias de glória e torne seu personagem cada vez mais preparado.

Como você prefere lutar?

Um passo de cada vez

Para encontrar esses cristais especiais, você deverá embarcar em expedições para explorar os locais onde Rucks conseguiu identificar a presença desse recurso. Cada missão vai te jogar em misteriosos cenários que funcionavam como parte ativa da civilização agora destruída. Você visitará cidades, estações de mineração, quartéis militares e outros locais que estão completamente abandonados e repletos de criaturas pouco amistosas que tomaram conta de tudo.

Além de encontrar os cristais, você também irá adquirir diversas armas diferentes durante essas aventuras. Seu arsenal é uma das melhores partes do jogo, alterando completamente o estilo com o qual você se aproxima de uma batalha. Você consegue carregar duas por vez, podendo variar entre combate à distância ou uma estratégia mais agressiva de lutar perto dos seus rivais. Somado a isso, você também pode selecionar um ataque especial – atrelado a uma de suas armas – que são ideais para resolver conflitos mais difíceis.

Somado às missões, o jogo também oferece desafios específicos criados para testar a sua proeza com cada uma de suas novas armas, que são totalmente contextualizados dentro da história deste mundo e possuem razões para existir, mas vou deixar Rucks explicar cada um deles. Terminar os desafios é totalmente opcional, mas vai te premiar com recursos importantes para prosseguir na sua aventura, e eu garanto que você vai querer atingir a pontuação máxima em todos.

Bastion – Release Trailer

Todos esses aspectos fazem com que a jogabilidade de Bastion seja perfeita para ser explorada em etapas, considerando a estrutura de missões, mas dificilmente você vai querer interromper a sua exploração. A história cuidadosamente construída vai se revelando aos poucos, através das palavras de Rucks, e instigando cada vez mais o jogador a querer descobrir os segredos por trás da “Calamidade”.

E se tudo isso ainda não foi o suficiente para te atrair, eu devo dizer que a trilha sonora de Bastion está entre uma das mais icônicas que já ouvi. Desenvolvidas por Darren Korb, as músicas do jogo se encaixam com perfeição nesse mundo destruído, usando diferentes estilos, tons e ritmos que contextualizam todos os locais que você vai conhecer e emoções que você vai sentir.

Bastion também é um jogo que continua interessante mesmo após o fim. Com finais alternativos e um modo de New Game +, que mantém seu nível de experiência e todas as suas armas da jogatina anterior, é bem provável que você queira passar mais um tempinho nessa obra prima da Supergiant Games. 😉

Adquira Bastion:

Versão Mobile:

Você nunca cansa de jogos de ação? Então não deixe de conhecer The Messenger. E caso você queira uma experiência bem mais sombria que Bastion, experimente Salt and Sanctuary.

5 comentários em “Bastion

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