Um dos primeiros gêneros de jogos pelo qual me apaixonei foi o dos adventure games, também conhecidos por muitos como Point and Click. Quando era pequeno, passava horas assistindo e ajudando meu irmão a desvendar os diversos quebra-cabeças necessários para chegar ao fim de cada uma dessas aventuras.

Quem vive o mundo dos games desde a década de 80, vai se lembrar que grande parte dessas experiências foram lançadas pelas LucasArts, uma empresa que fazia parte da Lucas Film , e eram desenvolvidas para rodar no MSDos – um sistema operacional antigo – o que limitava bastante as possibilidades do quão complexo eram as mecânicas e o gameplay, que consistia basicamente em utilizar um cursor para selecionar ações e objetos na tela com os quais seu personagem poderia interagir e dessa forma avançar na história. E mesmo com essas limitações, o gênero dos adventure games foi responsável por alguns dos maiores clássicos da época que são considerados referências até hoje, como Day of the Tentacle, Full Throttle, The Secret of Monkey Island e até Indiana Jones: The Fate of Atlantis.

Portanto, quando eu descobri que havia um novo Point and Click criado por Ron Gilbert, que ajudou a desenvolver grande parte dos jogos que mencionei acima, eu sabia que era hora de me deixar levar pela nostalgia e resolver o grande número de mistérios que cercam a cidade de Thimbleweed Park.

Thimbleweed Park

Desmascarando um assassino

Em uma cidade pequena como Thimbleweed Park, um crime é uma notícia que vai se espalhar rápido pelas suas ruas. Ainda mais se estivermos falando de um assassinato, e o fato de encontrarem um corpo nas redondezas da cidade é o ponto de partida que vai dar início à nossa aventura.

Os dois personagens chamados para trabalhar nesse caso são os agentes do FBI, Ray e Reyes, e logo de cara percebe-se que eles não são muito próximos ou sinceros um com o outro, aceitando trabalhar juntos apenas para poderem sair logo dessa cidade e voltarem para suas respectivas vidas.

Ao começar o árduo processo de encontrar o assassino, você utiliza os agentes para conversar com os habitantes de Thimbleweed Park e encontrar provas que possam levar a uma solução para o crime. Nesse momento, você conhece os três outros personagens que você controla: Delores, a desenvolvedora de jogos; Franklin, pai de Delores; e Ransome, o palhaço ofensivo que não pode deixar a cidade devido a uma maldição.

Converse com os moradores

A lógica de um Adventure Game

O gênero dos Point and Clicks são conhecidos por desafiarem o jogador a ter que pensar bastante em quais serão seus próximos passos. Um dos focos do gameplay consiste em encontrar itens espalhados pela cidade e conversar com os moradores para tentar seguir seu rumo na história. Você também pode combinar seus itens entre eles, entregá-los a qualquer personagem ou utilizá-los em objetos do cenário.

O desafio aumenta bastante em Thimbleweed Park. O fato de você controlar cinco personagens faz com que você tenha que não só entender qual item usar em qual momento, mas também quem deve fazer isso. Algumas de suas ações inclusive devem ser feitas em ordem correta e com tempo limitado, como por exemplo um personagem distrai um morador da cidade para que outro apanhe um item sem ser notado. E apesar de ser difícil, isso valoriza o instante em que você finalmente soluciona o problema e pode avançar mais um pouco na história

O jogo também segue a risca o modelo estabelecido pelas clássicas aventuras da LucasArts quanto ao controle dos personagem. Utilizando um cursor, você pode selecionar entre nove verbos e depois clicar nos objetos que quer interagir. Portanto, para abrir uma porta, você seleciona o comando “Abrir” e em seguida clica na porta. Devo alertar que esse processo pode se tornar um pouco cansativo nas versões de console, e utilizar um mouse para jogar otimiza bastante o gameplay de Thimbleweed Park.

Onde usar cada item?

Aprimorando a aventura

Apesar de ser completamente inspirado nos jogos de antigamente, Thimbleweed Park sabe bem da dificuldade que esse gênero carrega. Em alguns momentos a lógica do jogo é simples, e juntar os itens necessários requer apenas um pouco de raciocínio. Mas é claro que em algumas etapas as coisas fogem completamente de uma linha de pensamento que faça sentido, e aí entra o sistema genial criado para garantir que você possa curtir a aventura sem ter que recorrer a um guia na internet.

O HintTron 3000 é um número de telefone que você pode discar a todo momento de qualquer telefone da cidade para receber uma dica referente ao próximo passo que você deve tomar. Ao tirar sua dúvida, você pode apenas receber uma dica mais ampla, que deverá ajudar no seu raciocínio, ou até mesmo insistir para receber a informação na íntegra. Isso oferece uma opção que deixa cada jogador seguir a sua própria maneira e melhora completamente a experiência de gameplay de Thimbleweed Park.

Thimbleweed Park – Launch Trailer

Se você é um veterano dos adventure games ou se sentiu atraído pelo estilo simples de gameplay existente no jogo, Thimbleweed Park é uma evolução do gênero que não altera a fórmula que se provou bem sucedida em tantas outras experiências.

Com personagens cheios de charme, muitas piadas, um roteiro intrigante e uma quantidade impressionante de quebra-cabeças, Thimbleweed Park realmente reacendeu a minha paixão por Point and Clicks, e eu recomendo que você também se aventure por essa cidade para, enfim, expor todos os seus mistérios.

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E claro você não canse de jogos com uma estética completamente inspirada nos clássicos de antigamente, dê uma olhada em Minit ou em The Messenger.

2 comentários em “Thimbleweed Park

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