Undertale

Originalmente lançado em setembro de 2015 de forma exclusiva no PC, Undertale seguiu o caminho de grande parte dos indie games e chegou ao Nintendo Switch três anos após a sua primeira versão. Criado e desenvolvido por Toby Fox, o jogo foi concebido através de uma campanha no Kickstarter que arrecadou dez vezes mais do que a meta inicial de 5 mil dólares e veio a se tornar um dos maiores fenômenos no mundo dos games, criando uma base de fãs extremamente apaixonada e vendendo milhões de cópias.

Sabendo de tudo isso, eu decidi finalmente entender porque Undertale conquistou o coração de tantas pessoas e resolvi encarar essa jornada pela primeira vez.

De acordo com a descrição oficial do jogo, Undertale é um RPG onde ninguém precisa se machucar, porém, durante o seu caminho você vai se surpreender diversas vezes com o quanto as tradicionais mecânicas e expectativas desse gênero são quebradas e redesenhadas para se adequar ao universo criado por Toby Fox.

Começando a jornada

Ao iniciar Undertale, o jogo passa a contar a simples história que contextualiza a sua aventura: Há muito tempo, duas raças dividiam o mundo: monstros e humanos. Um dia, uma grande batalha aconteceu entre os povos e os vitoriosos humanos trancaram os monstros no subterrâneo permanentemente, utilizando magia. Em seguida, deixando claro que muito tempo se passou, vemos uma montanha e o jogo menciona uma lenda que diz que todas as pessoas que ousaram escala-la nunca mais voltaram. Por fim, nós acompanhamos uma criança que se aventura até o topo, tropeça em um enorme buraco e despenca até o tão temido subterrâneo.

Como já era de se esperar, a criança acorda em um punhado de flores que amorteceram sua queda e você passa a controlá-la. Na sala seguinte você vai encontrar o primeiro “monstro” da aventura, a simpática Flowey, que vai te ajudar a entender melhor todos os sistemas que você precisa saber para encarar os desafios que te esperam.

E simples assim, Undertale começa. Com uma história que pode fazer você pensar que o jogo tem uma narrativa simples, mas que com algumas horas fará você ver que está explorando um dos mundos mais ricos já construídos nessa mídia.

Como você resolve um conflito?

Uma das maiores inovações que você vai sentir no decorrer da sua aventura é o curioso sistema de combate de Undertale. Seguindo a norma de um tradicional RPG com batalhas em turnos, você pode atacar, usar itens e fugir de encontros com os monstros, porém existe também a opção de “agir” – que vai variar de acordo com o inimigo que você estiver encarando.

Por exemplo, ao enfrentar uma criatura que tem uma propensão a falar de si mesmo, é possível resolver este conflito simplesmente inflando tanto o ego do monstro que ele vai ser obrigado a abandonar a luta. Aliás, é importante ressaltar que em Undertale você pode optar por acabar com qualquer combate do jogo dessa forma, sem apelar para a violência.

Quando você está prestes a receber um ataque, o jogo também apresenta um sistema bastante único , onde você ganha total controle do seu personagem em um espaço pré determinado e recebe os mais diferentes ataques (representados na cor branca) que vão desafiá-lo a desviar e sair ileso dessas tensas situações.

A cada linha uma história

Criar um mundo novo não é uma tarefa simples. Fazer um jogador conhecer os detalhes, histórias e personalidades que o habitam é um desafio que muitos jogos não conseguem efetuar de uma forma clara. E esse é o maior diferencial de Undertale que, diferente de aventuras que nos sufocam com textos sem relevância, utiliza cada pequena placa e diálogo para dar ainda mais vida para esse estranho universo que você está explorando. Diversas vezes durante o jogo eu me peguei correndo atrás de todo e qualquer objeto clicável para me surpreender com o humor e riqueza de detalhes escondidos nesses pequenos elementos.

Outro ponto relevante é o fato de que boas histórias são construídas através de personagens marcantes, e isso você pode ter certeza que Undertale tem de sobra. Cada inimigo, chefe, vendedor ou simples habitante do mundo conta com um carisma próprio que os diferencia dos demais das melhores formas possíveis.

Como já se tornou tradição aqui no Quest Giver, eu não consigo elogiar esses indie games sem mencionar as trilhas sonoras. Nesse caso eu gostaria de ressaltar que as músicas de Undertale estão talvez entre as melhores que já ouvi desde que comecei a minha trajetória no mundo dos games. Cada nova canção vai te surpreender com ritmos que complementam a ação do jogo com perfeição.

Undertale é uma aventura única que vai te levar por uma montanha-russa de emoções na sua trajetória pelo subterrâneo. O jogo possui diferentes finais e eu reforço que você deveria experimentar todos, pois eles se complementam de formas que você jamais poderia imaginar.

Caso você ainda não tenha participado dessa jornada, faça como eu e deixe-se levar pela obra maravilhosa criada por Toby Fox, que definitivamente conquistou o coração de mais um grande fã. 😉

Adquira Undertale:

Steam: http://bit.ly/2Kb1A2B
Nintendo eShop: http://bit.ly/2OR1vj4
PS Store: http://bit.ly/2uMPEcH

E para preencher o espaço vazio no seu coração que terminar Undertale vai deixar, dê uma olhada nesses jogos que contam com outros personagens marcantes para se apaixonar: Bastion, Stardew Valley e Celeste.